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A História Mal Contada da Humanidade

Autor Gilberto Schoereder
25/06/2011

Uma conversa com Michael A. Cremo a respeito do seu livro (com Richard L. Thompson) A História Secreta da Raça Humana.


A HISTÓRIA MAL CONTADA DA HUMANIDADE

O livro A História Secreta da Raça Humana, de Michael A. Cremo e Richard L. Thompson, é um clássico das pesquisas alternativas sobre o passado da humanidade, com propostas sustentadas por evidências que abalaram o mundo da arqueologia.

Gilberto Schoereder

A proposta de que o ser humano moderno já habitava o planeta muito antes do que afirma a ciência tida como “oficial” não é nova. Ela pode ser encontrada em textos antigos da Índia e de civilizações do Oriente Médio, em relatos de culturas das Américas, da África e Ásia. É uma constante em todo o planeta.
Essa ideia foi abraçada por muitos pesquisadores da linha chamada “alternativa”, mas provavelmente não existe um livro mais bem fundamentado no aspecto científico do que A História Secreta da Raça Humana, de Michael A. Cremo e Richard L. Thompson (Editora Aleph). Na verdade, esse livro é uma condensação do volumoso Forbidden Archeology (Arqueologia Proibida), com mais de mil páginas, publicado originalmente nos Estados Unidos em 1993. O livro reunia um número tão grande de evidências científicas a respeito da antiguidade do ser humano no planeta que causou uma grande agitação, não apenas entre aqueles “pesquisadores alternativos”, mas entre a comunidade científica de arqueólogos e historiadores. Para os autores, havia pouca dúvida de que o ser humano moderno, o homo sapiens sapiens, é mais antigo no planeta do que afirma a ciência.
E o trabalho dos dois não é algo que possa ser descartado facilmente. Cremo é membro da History os Science Society, do World Archeological Congress, da Philosofy of Science Association, da European Association of Archaeologists e pesquisador de história e filosofia da ciência no Bhaktivedanta Institute. Richard L. Thompson, também associado ao Bhaktivedanta Institute, é Ph.D. em matemática pela Universidade de Cornell, e autor de livros científicos e artigos sobre biologia evolucionária.
Para saber mais sobre esses conceitos, conversamos com Michael Cremo por e-mail, falando sobre seu trabalho e a forma como a ciência tida como “convencional” ou “ortodoxa” tem sistematicamente ignorado alguns fatos sobre nosso passado

 

Suas pesquisas e ideias de alguma forma prejudicaram sua vida profissional e acadêmica? Você chegou a sofrer algum tipo de perseguição?
Felizmente, a renda dos meus livros me permite conduzir minha pesquisa e outras atividades com certa independência. Assim, não estou sujeito aos tipos de pressão a que outros, com cargos formais, estão sujeitos. Por exemplo, quando Virginia Steen-McIntyre, uma geóloga norte-americana, relatou uma idade de mais de 250 mil anos para o sítio arqueológico de Hueyatlaco, no México, ela perdeu o cargo docente que tinha numa universidade nos EUA, e todas as suas oportunidades de ascensão profissional no United States Geological Survey foram bloqueadas repentinamente. Segundo a maioria dos cientistas, seres humanos capazes de produzir os artefatos de Hueyatlaco não existiam há 250 mil anos, e muito menos na América do Norte (Eles acreditam que os humanos entraram na América do Norte há no máximo 25 mil anos).
Claro que existem outros meios de pressão. Cientistas darwinistas, como Richard Leakey, tentaram caracterizar meu trabalho como “trapaça pura”. E também, há uns anos, a rede de TV NBC mostrou um programa chamado As Origens Misteriosas do Homem, que era em parte baseado em casos de meu livro Forbidden Archeology. Nos EUA, cientistas darwinistas tentaram impedir a NBC de exibir o programa e, quando fracassaram, eles tentaram fazer o governo dos EUA punir a NBC por ter mostrado o programa ao povo americano. Em alguns países, como a Hungria, os cientistas darwinistas tentaram me impedir de falar em universidades. E coisas assim têm acontecido. Mas eu considero isso normal; estou atacando uma ideia já arraigada, e é de se esperar que seus partidários tentem protegê-la.

A escavação em Hueyatlaco, que causou a demissão da geóloga Virginia Steen-McIntyre.

Há muito que se fala sobre a “arqueologia proibida”, sobre objetos sendo escondidos e fatos deixados de lado para não “incomodar” a versão mais conhecida da história. No entanto, parece que ultimamente alguma coisa tem mudado nesse sentido, inclusive com as datas de alguns eventos sendo revistas. Você acha que isso está ocorrendo, de fato, ou são apenas casos isolados (na China e Índia, principalmente), e os “porões” da arqueologia continuam fechados?
Tem havido uma tendência generalizada de empurrar para trás no tempo o surgimento da espécie humana. Também há uma tendência de aumentar a idade da civilização. Mas tudo isso fica dentro de certos limites; é como rearrumar as cadeiras do convés do Titanic. Considere a idade da espécie humana. A maioria dos cientistas acredita que os humanos anatomicamente modernos evoluíram do homem-macaco Homo erectus. O Homo erectus existiu de aproximadamente 1,8 milhão de anos atrás até cerca de 300 mil anos atrás.
Até alguns anos atrás, os mais antigos ossos humanos anatomicamente modernos eram os encontrados na caverna Border, na África do Sul, com cerca de 100 mil anos. Consequentemente, os cientistas têm aumentado a idade dos humanos anatomicamente modernos para uns 125 mil ou 150 mil anos, mas eles não esperariam encontrar ossos do tipo moderno com mais de 300 mil anos. Assim, tem havido um progresso, mas apenas dentro dos limites das teorias atuais. Mas há muitas evidências que contradizem completamente essas teorias e recuam a história da humanidade para um passado muito distante, de centenas de milhões de anos.

Por falar em porões, fala-se muito sobre os chamados “subterrâneos” do Smithsonian – senão como um espaço físico real, como um conceito geral – em que centenas ou milhares de objetos que não se encaixariam nas versões oficiais estariam lacrados. Isso tem alguma relação com a realidade ou faz parte das lendas da arqueologia?
Existe, sim, um fundo real. Há poucos anos, eu dei umas palestras em universidades na Bélgica sobre a arqueologia proibida. Um amigo holandês me levava de carro de uma conferência para outra. Um dia, em Bruxelas, eu lhe propus que fôssemos ao Museu Real de Ciências Naturais. Eu sabia que o acervo do museu teria uns artefatos de 30 milhões de anos, descobertos no começo do século 20 pelo geólogo belga A. Rutot. Mas quando perguntamos sobre as peças a alguns funcionários do museu, eles responderam que não as tinham e nem sabiam delas.
Mais tarde, no local onde eu estava hospedado, pedi a meu amigo que começasse a telefonar individualmente para cientistas do museu. Finalmente, ele encontrou um arqueólogo que sabia da coleção, a qual, claro, não era mostrada ao público. Fomos ao museu, e o arqueólogo nos levou a um dos depósitos do prédio. De fato, a situação lembrou muito aquela cena de Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida quando eles entram nos depósitos do Smithsonian, e ainda com direito a fechaduras com leitura de cartão e teclados para senhas. E lá estavam elas: centenas de ferramentas de 30 milhões de anos, que Rutot tinha encontrado em uma localidade chamada Boncelles.
Eu tenho experiências similares em outros museus. No Museu de Geologia de Lisboa, eu tive condições de destrancar armários que continham artefatos humanos encontrados por Carlos Ribeiro em formações com 20 milhões de anos. No Museu de Antropologia na Universidade da Califórnia, em Berkeley, fui levado a um armazém, que fica a alguns quilômetros do museu, onde estão guardados artefatos de 50 milhões de anos, vindos das minas de ouro da Califórnia. Portanto, não se trata de lenda.

Artefatos encontrados por Carlos Ribeiro, e que não se encontram mais em exposição no Museu de Geologia de Lisboa.

Você diz que não se refere a “cientistas conspiradores executando um plano diabólico para enganar o público”, ao falar da sistemática supressão de evidências sobre a antiguidade do homem. Existiria uma razão não tão visível para esse receio em afirmar a antiguidade da civilização humana no planeta? Por que tantos cientistas adotam essa postura? Seria o medo de perder o emprego ou o status? Não é possível que, de fato, exista alguma atividade um pouco mais elaborada no sentido de não revelar certos conhecimentos, seja por que razão? Mais que isso, você mesmo citou, em seu livro, o caso de um cientista que foi afastado de seu cargo devido a uma dessas descobertas que não se “encaixam” na história aceita. Esse caso certamente não é o único, uma vez que estamos sempre ouvindo falar sobre isso, com cientistas antes respeitadíssimos sendo desacreditados e, de uma hora para outra, passando a fazer parte dos “loucos”. Como entender essa situação?
Tudo isso faz parte do que eu chamo de processo de filtragem do conhecimento. Por que isso ocorre? Em certo sentido, é simplesmente pela natureza humana. Por exemplo: se eu amo alguém, então não quero ouvir coisas ruins sobre essa pessoa, coisas que contradigam a impressão que eu tenho dela. Da mesma forma, os cientistas de hoje estão apaixonados pela explicação evolucionista darwiniana da origem do homem, e é muito natural que eles não queiram tomar conhecimento de evidências que contradigam radicalmente a teoria. Eles pressupõem que deve haver algo de errado com a evidência, mesmo que não saibam dizer exatamente qual é o problema.
Mas há um motivo mais profundo para o processo de filtragem do conhecimento, e que envolve o poder. Há vários tipos de poder no mundo – poder militar, político, econômico – e também o poder intelectual. É um poder muito sutil, mas muito real. Aqueles que o detêm podem determinar uma direção para toda a civilização humana. Eis como funciona: as metas que definimos para nós, individual e coletivamente, são determinadas pelas respostas que damos às perguntas fundamentais “quem sou eu?” e “de onde venho?”. Nos últimos cem anos, os cientistas darwinistas, por meio do monopólio que exercem no sistema de ensino da maior parte do mundo, têm o poder de nos ditar as respostas a essas perguntas fundamentais.
E as respostas que eles nos deram são bastante materialistas. Nós somos meramente outro tipo de macaco. Somos apenas uma combinação de substâncias químicas. Assim, não é surpresa que toda a humanidade civilizada do mundo tenha ficado muito materialista. Hoje, a maioria dos seres humanos está envolvida quase exclusivamente no processo de produzir e consumir mais e mais coisas materiais. Mesmo que as pessoas formalmente acreditem em Deus, suas atividades observáveis ainda são limitadas à produção e consumo de mais e mais coisas materiais, embora elas possam orar para que Deus as ajude nas atividades de produção e consumo materiais.
Esse enfoque beneficia muitos interesses poderosos. Cientistas obtêm bilhões de dólares para pesquisas que levam à produção de mais e mais coisas materiais. O sistema de ensino se beneficia desse dinheiro. A economia se beneficia com todo o dinheiro gerado, assim como o sistema político. Portanto, há interesses muito poderosos que querem manter a consciência humana o mais absorvida possível pela produção e consumo materiais. E tudo começa com a ciência, que nos diz que somos simplesmente macacos evoluídos, ou seres materiais com interesses materiais.
Mas como seria se o sistema educacional promovesse uma visão de mundo alternativa, que nos dissesse que somos seres espirituais e que deveríamos – em vez de nos centramos completamente no desenvolvimento de recursos materiais – investir uma parte significativa de nossa energia humana em desenvolver os recursos da consciência?
Isso diminuiria a energia que hoje vai para a produção e o consumo materiais, o que causaria uma diminuição na atividade econômica, uma queda na renda de grupos de interesse poderosos, e uma redução da influência e poder deles. Esse é o motivo fundamental da resistência dos cientistas contra as provas arqueológicas de uma extrema antiguidade humana. Essas evidências significam que precisamos de uma nova explicação para a questão das origens do homem e novas respostas para as perguntas “quem sou” e “de onde vim”. E os cientistas de hoje percebem, intuitivamente, que tais novas respostas ameaçam a própria fonte do poder e influência que eles detêm.

Não são poucas as pessoas que se referem à ciência, em geral, como a “religião moderna”, com direito a seus dogmas, hierarquias sacerdotais, inquisições, index de obras e autores proibidos, etc. Você entende que esse pensamento de certa forma pode ser alimentado por essa postura de se colocar contra as evidências?
Na verdade, a maioria das pessoas no mundo não aceita os dogmas da nova religião da ciência. Entre as crenças proibidas estão os UFOs, a abdução por alienígenas, os fenômenos paranormais, a existência de um ser consciente supremo como uma fonte inteligente de criação no universo, etc. Mesmo em nações consideradas altamente desenvolvidas, como os EUA, a maioria não aceita a teoria darwinista da evolução. Eles acreditam em UFOs e fenômenos paranormais, e alegam ter tido experiências com essas coisas. Em 1990, o instituto Gallup de pesquisas de opinião apresentou a norte-americanos uma lista de 18 fenômenos paranormais. Apenas 7 por cento rejeitaram todos, e 50 por cento declararam acreditar em cinco ou mais.
Até mesmo muitos cientistas rejeitam os dogmas materialistas da ciência moderna. Eu já conheci muitos cientistas no mundo todo que, à primeira vista, parecem ser bastante ortodoxos, mas que na verdade têm outras ideias e interesses. Por exemplo, certa vez eu dei uma conferência sobre a história oculta da física em uma universidade de ciência em Budapeste, Hungria. Havia na plateia uns cem professores e estudantes de física. Contei as histórias de muitos físicos famosos que tinham se ocupado de pesquisas sobre o paranormal e fiquei imaginando o que os ouvintes diriam. Na saída da palestra, um dos professores me disse que, de dia, ele fazia física de plasma, mas à noite conduzia experiências com telepatia. E acrescentou que não contava isso aos colegas porque eles não entenderiam, mas que se sentia seguro ao falar comigo.
Cientistas também estão formando suas próprias organizações independentes de pesquisa, para conduzir estudos fora do âmbito das instituições científicas normais. São organizações como a Scientific and Medical Network, no Reino Unido, o Institute for Noetic Sciences, nos EUA (fundado por um astronauta norte-americano), a Society for Scientific Exploration e muitas outras mundo afora.
Assim, penso que a situação em que uma elite científica impõe um sistema de dogmas materialistas à população – cuja maioria de fato não aceita esses dogmas – não pode continuar por muito tempo, especialmente quando muitos dos próprios cientistas mantêm secretamente outros pontos de vista e outros, ainda, organizam abertamente organizações alternativas de pesquisa.

Comissão de cientistas num sítio arqueológico na Argentina, no início do século 20. Segundo se diz, conteria evidências de que seres humanos existiam na América do Sul há 3 milhões de anos.

Você chegou a realizar algum tipo de pesquisa envolvendo outros artefatos e obras arquitetônicas – provavelmente não tão antigas quanto as que foram o centro do seu trabalho e de Richard Thompson no livro A História Secreta da Raça Humana – como Tiahuanaco as pilhas de Bagdá, as estatuetas de Acambara, no México, as Pedras de Ica, no Peru, as peças de Morona-Santiago, no Equador e outras? Muitos pesquisadores entendem que essas peças e construções passam pelo mesmo processo de “não aceitação das evidências”. Em alguns desses locais afirma-se que foram encontrados objetos que supostamente representam animais pré-históricos com os quais se diz, oficialmente, que o ser humano não conviveu. Diz-se, inclusive, que em Tiahuanaco existem representações gráficas de toxodontes, animais que você também cita em seu livro.
Minha pesquisa principal focalizou a questão da antiguidade da espécie humana anatomicamente moderna. A maioria dos cientistas acredita que os humanos do nosso tipo começaram a existir há cerca de 100 mil anos, e tenho procurado provas de que os humanos existam há muito mais tempo. As pedras peruanas de Ica poderiam apoiar essa ideia; elas estão gravadas com desenhos de humanos coexistindo com dinossauros.
De acordo com as teorias atuais, os dinossauros foram extintos há aproximadamente 60 milhões de anos. Uma interpretação das pedras é de que elas têm, de fato, aquela idade, e foram elaboradas por humanos que viveram no tempo dos dinossauros. Porém, o dr. Cabrera, descobridor original das pedras, não revelou os locais exatos dos achados, o que me torna impossível formar qualquer opinião científica sobre sua verdadeira idade. Tenho uma mente aberta quanto a essa questão, mas eu precisaria de mais informação antes de me sentir confiante para apresentar o caso a um público científico.
Embora o meu interesse principal seja a antiguidade do homem, também estou interessado na antiguidade da civilização. De acordo com a maioria dos historiadores, a civilização surgiu dentro dos últimos dez mil anos. Antes disso, os seres humanos eram essencialmente caçadores-coletores. Assim, evidências de que a civilização existia havia mais tempo são uma questão interessante. E eu acompanho com interesse o trabalho, por exemplo, daqueles arqueólogos que estão mostrando que Tiahuanaco já existia há dez mil anos. Estou fazendo uma pesquisa própria sobre essa questão na Índia. Lá há complexos de templos que, de acordo com a lenda local e histórias em sânscrito, têm muito mais do que dez mil anos. Tenho investigado a história de alguns desses lugares, como o templo religioso em Shri Rangam, no sul da Índia.

Michael Cremo disse estar acompanhando com interesse o trabalho dos arqueólogos que estão mostrando que Tiahuanaco já existia há 10 mil anos.

Você se referiu ao Instituto Bhaktivedanta e aos estudos da relação entre a ciência moderna e a cosmovisão expressa na literatura védica indiana. Você entende que as datações utilizadas em antigos textos védicos – e também em textos sumérios, babilônicos e assírios – podem estar próximos da verdade? É possível que tenha existido uma ou mais civilizações extremamente desenvolvidas num passado longínquo do planeta?
Partindo-se desse pressuposto, até que ponto as antigas escrituras podem estar corretas? Podemos entender de forma literal as referências a confrontos globais entre duas grandes civilizações e a existência de aparelhos voadores como os vimanas?

Todo o meu programa de pesquisa sobre a antiguidade da espécie humana foi inspirado pelos antigos escritos em sânscrito que dizem que os humanos estavam presentes desde o início da história da vida na Terra. No momento, para a ciência estabelecida, a mais antiga evidência fóssil não contestada da vida na Terra tem cerca de dois bilhões de anos. E os escritos deixados pela maioria das civilizações mundiais antigas dizem o mesmo. Assim, supus que, se houvesse alguma verdade nesses antigos manuscritos, alguma evidência física deveria existir. Não encontrei nada sobre isso nos compêndios modernos de arqueologia, mas quando examinei artigos científicos originais escritos nos últimos 150 anos, descobri uma quantidade muito grande de descobertas de evidências de uma antiguidade humana extrema, remontando a até uns dois bilhões de anos.
Além disso, dizem os cientistas modernos que seis eventos de extinção generalizada de espécies ocorreram na história da vida na Terra. E, de acordo com os antigos manuscritos sânscritos, houve seis grandes devastações, e após cada uma delas a Terra teve de ser repovoada. Assim, acredito que há boas razões para pensar que a escala de tempo nos textos em sânscrito e em outros textos igualmente antigos está geralmente correta. Quanto a mim, pude entender que há vários modos de entender a verdade sobre o passado. O meu caminho para o conhecimento me levou a depositar alguma confiança nos próprios escritos antigos. Mas penso que, para aqueles que não têm a mesma confiança, provas arqueológicas da extrema antiguidade humana podem ser esclarecedoras. Tais pessoas talvez se convençam de que existem evidências concretas que sustentam a ideia da extrema antiguidade da humanidade que é mencionada nesses escritos.
E talvez também haja provas que apoiem a existência de veículos voadores, e de outros objetos e eventos mencionados nos escritos. E tais pessoas procurarão ativamente essas provas, e poderão gradualmente se convencer de que os escritos são uma fonte hábil de conhecimento sobre o passado. E a partir daí, elas poderiam levar a sério outras informações nas escrituras antigas, sobre como transcender todo este nível de realidade onde estamos enredados hoje através de processos como ioga e meditação.

Desde a publicação de seu livro, a postura que vocês adotaram encontrou mais adeptos, mais cientistas dispostos a rever seus pontos de vista, ou pouca coisa mudou?
Acredito que a maior mudança foi na disposição dos cientistas de ouvir um novo ponto de vista. Se for para as ideias mudarem, primeiro os cientistas têm que estar dispostos a escutar. Assim, de uns anos para cá, eu fui convidado a apresentar minhas ideias na Academia Russa de Ciências em Moscou, na Royal Institution em Londres, e em muitas instituições científicas, universidades e eventos pelo mundo todo. Trata-se de um sinal importante de mudança, que mostra que muitos cientistas agora estão dispostos a pelo menos considerar a possibilidade de mudar suas ideias. Alguns deles – uma quantidade pequena, para ser franco – mudaram suas ideias. Mas é assim que as coisas começam.
Porém, caso não houvesse nenhum sinal de esperança e ninguém reconsiderasse sua opinião, mesmo assim eu continuaria meu trabalho.

 

Michael A. Cremo
http://www.mcremo.com/
 

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