Seres das Dimensões Paralelas
OS GIGANTES DA TERRA
Autor |
Gilberto Schoereder |
|
24/01/2011 |
As histórias sobre a existência de gigantes em nosso passado remoto podem ser encontradas na Bíblia e nas mitologias de diferentes culturas do planeta.
Ilustração de Émile-Antoine Bayard and Alphonse de Neuville.
OS GIGANTES DA TERRA
As histórias sobre a existência de gigantes em nosso passado remoto podem ser encontradas na Bíblia e nas mitologias de diferentes culturas do planeta.
Gilberto Schoereder
David e Golias (Osmar Schindler, 1888).
Para alguns, as histórias que falam sobre a existência de gigantes vivendo em nosso planeta em épocas recuadas da história são apenas simbólicas, fazendo parte da mitologia dos povos. Outros, no entanto, entendem que essas narrativas têm ou podem ter um fundo de verdade.
O estranho dessa questão é que os relatos podem ser encontrados nos antigos textos do Oriente Médio, África, Ásia, Europa, América do Sul, Central e Oceania. Com variações, é verdade, mas basicamente as mesmas histórias, como ocorre também com as narrativas sobre o dilúvio.
A Bíblia, por exemplo, cita os gigantes no Gênesis, chamando-os de nefilim – eles viviam na Terra na época em que os filhos de Deus se uniram às filhas dos homens. Gigantes vivendo na Terra também são citados em outras passagens da Bíblia.
No entanto, muitos pesquisadores modernos refutam essa versão. É o caso do escritor ZechariaSitchin. Para ele, assim como para muitos estudiosos do hebreu, o erro ocorreu na tradução dos textos bíblicos, com a palavra nephilim sendo transformada em "gigantes", quando na verdade significa "aqueles que vieram para baixo ou desceram". Em alguns trechos da Bíblia, percebe-se que nefilim é plural, pois eles são os "filhos dos deuses".
Os gigantes também são partes importantes da mitologia grega e de outros povos. Na gigantomaquia grega – a guerra entre os deuses do Olimpo – eles são apresentados como os filhos de Urano e Gaia, e um deles, Enceladus, ainda estaria preso nas profundezas da Terra. Também eram considerados gigantes os ciclopes e os titãs. Um desses titãs, por exemplo, era Albion, filho de Posseidon e irmão de Atlas; era o nome pelo qual era conhecida a Grã-Bretanha antigamente e, segundo a mitologia, o titã governou lá por 40 anos, até ser morto por Hércules.
Na Escócia, existem lendas que se referem à chegada de seres gigantes à ilha, quando ainda era desabitada. Na Irlanda, fala-se sobre os gigantescos Fomoire, vindos de uma nação marítima anterior ao dilúvio, e que fizeram uma aliança com os Tuatha-De-Danann, outra raça misteriosa que teria alcançado a ilha vinda de um local misterioso.
Na mitologia nórdica, os gigantes surgem como opositores aos deuses, mas em certos aspectos também têm um relacionamento de parentesco com eles. Diz-se que a própria raça dos homens nasceu da carne do gigante Ymir.
Os gigantes dominam Freya (Ilustração de Arthur Rackham para a primeira parte de O Anel dos Nibelungos, de Richard Wagner).
Deste lado do Atlântico, a mitologia maia faz referências aos gigantes, vistos como deuses; dois deles foram chamados Atlan e Theitani, nomes que alguns pesquisadores ligam aos nomes de Atlas e aos Titãs da mitologia grega. No Peru, é atribuída ao grande deus dos incas, Viracocha, a criação dos gigantes. Mais tarde, como eles o desagradaram, mergulhou-os num grande mar, uma narração que lembra a do dilúvio.
Uma série de supostas descobertas arqueológicas serviriam como base de sustentação das teorias de que seres gigantes realmente existiram na Terra: um esqueleto de um homem com 5,18 metros, achado nas Filipinas; ossadas de seres com 3 metros de altura, na China; seres com cerca de 3 metros, nos Andes.
Alguns pesquisadores chegaram a defender a ideia de que as chamadas construções ciclópicas do planeta – como as de Tiahuanaco, entre o Peru e a Bolívia – foram elaboradas por raças de gigantes. O escritor Peter Kolosimo, por exemplo, citou a descoberta, em Agadir, no Marrocos, de um arsenal de machados 20 vezes mais pesados do que os machados "convenientes" para um homem moderno manusear; seria necessário que os seres tivessem quatro metros de altura.
Esse conceito, na verdade, vem de mais longe. O historiador Saxo Grammaticus (1150-1220) já dizia que os gigantes deveriam ter existido, pois nada mais poderia explicar a profusão de construções gigantescas existentes em toda a Europa. Em geral, arqueólogos e historiadores refutam essa visão, entendendo que as evidências nesse sentido são praticamente nulas, restringindo-se às lendas e mitologias.