A Leitora Coroada de Flores (Jean-Baptiste Camille Corot, 1845).

Alguns dos livros mais estranhos e misteriosos do planeta às vezes têm suas idades calculadas em milhares de anos; outras vezes, em bem menos. O certo é que contêm sinais, informações, linguagens e/ou ilustrações nem sempre bem compreendidas ou mesmo impossíveis de serem decifradas. Podem ter origem desconhecida ou razoavelmente determinada, e ainda podem ter surgido de mensagens vindas de outras dimensões da existência.
Os livros misteriosos aos quais se faz menção aqui podem ser livros sagrados, podem ser livros malditos, existentes ou imaginários, dependendo do ponto de vista e da precisão com que são feitas as pesquisas a seu respeito.
Alguns são verdadeiras lendas; uns foram vistos por poucas pessoas; de outros, apenas temos citações. Alguns podem ter sido recebidos em momentos especiais, psicografados ou canalizados, ou transmitidos de alguma forma desconhecida por alguma entidade ou divindade a algumas pessoas escolhidas.
Existem livros misteriosos cujos fragmentos ainda podem ser vistos e estudados, e outros cujos conteúdos foram devidamente registrados e podem ser acessados com alguma facilidade, às vezes até mesmo pela internet. E vários deles – sejam seus conteúdos conhecidos ou não – originam debates com pontos de vista completamente antagônicos. Em alguns casos, é questão de fé, seja nas mensagens que eles contêm, seja em suas próprias existências ou origens. Em outros casos, é uma questão de seguir um procedimento científico de investigação, ainda que nem sempre isso seja possível; um livro que se diz ter sido ditado por um anjo, por exemplo, não é passível dessa averiguação científica.
Uma das características desses livros é que eles conteriam informações e conhecimentos importantes sobre o nosso mundo e sobre outros mundos, outras realidades ou dimensões, assim como, muitas vezes, meios e métodos de se relacionar com essas outras dimensões ou realidades, formas de perceber o invisível, aquilo que normalmente não pode ser visto em nosso mundo. Também se diz que podem conter informações sobre a nossa história que, até então, eram desconhecidas dos historiadores e cientistas em geral.

                                                                                                                                 Vanitas, Natureza-Morta (Edwart Collier, c. 1680).

A noção não é recente. O conceito de que conhecimentos normalmente ocultos à humanidade podem ter sido registrados em forma de livros é bastante antigo. Talvez, seja tão antigo quanto a própria escrita, e atravessou as gerações, ressurgindo em diferentes formas, compondo diversos enigmas, ainda que, com o avanço do conhecimento científico, tenha perdido muito de sua força. Assim como se fala em textos sumérios e egípcios de milhares de anos antes de Cristo – gravados em pedra e argila, os livros da época – também existem lendas e tentativas de decifrar os sinais encontrados nas tábuas rongorongo da Ilha de Páscoa.
O conceito certamente faz parte do pensamento mágico que orientou a maioria, senão a totalidade, das civilizações mais antigas do planeta. A magia que, segundo alguns historiadores, antecedeu as religiões, já tinha suas fórmulas e conceitos particulares para lidar com a natureza e com o mundo invisível. Acompanhando o desenvolvimento das religiões e seu estabelecimento como instituições de Estado, o pensamento mágico também foi devidamente registrado em livros, alguns imaginários, outros reais; alguns tidos como malditos; outros, como perigosos, em particular quando lidos por pessoas não preparadas para o suposto conhecimento que eles contêm.
Também é uma ideia que foi bastante reforçada pela ficção, em particular pela literatura fantástica e de terror. Foi assim com o Necronomicon, o livro maldito inventado por H.P. Lovecraft; ou as bibliotecas fantásticas imaginadas por Jorge Luis Borges; e, mais recentemente, pelo espanhol Carlos Ruiz Zafón, com sua série "Cemitério dos Livros Esquecidos". E por muitos outros autores que incluíram em suas histórias livros estupendos, fantásticos, perigosos, maravilhosos. A simples leitura de um livro, por exemplo, pode salvar um mundo, como em A História Sem Fim, de Michael Ende.

Não estão presentes aqui muitos livros igualmente misteriosos ou, às vezes, apenas exóticos, relacionados à magia e hermetismo; provavelmente, devem existir centenas deles, talvez milhares, com as mais variadas atribuições e elaborados das mais diversas maneiras e, certamente, iremos nos aprofundar nesse campo posteriormente.
Da mesma forma, não falamos sobre os livros psicografados do Espiritismo, pois eles são milhares e, possivelmente, também trataremos disso em outra oportunidade.
Seja como for, aqui estão alguns dos livros misteriosos da humanidade. Mas é apenas uma amostra do que existe no planeta. O tema é bem interessante, e quem se aprofundar no assunto vai encontrar ainda mais do que os livros aqui apresentados.