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História Alternativa da Terra 01

SINAIS MISTERIOSOS

Autor Gilberto Schoereder
27/05/2021

Imagens de animais pré-históricos gravados em pedra são possíveis vestígios da presença de uma civilização ancestral da qual nós pouco ou nada sabemos.


Os pesquisadores alternativos afirmam que a ilustração nessa pedra de Ica mostra um mapa da Terra em épocas remotas (Foto: Brattarb/ Wikimedia).

O passado está gravado em pedra nas inúmeras construções, quase sempre gigantescas, espalhadas ao redor do mundo, nas mais diferentes civilizações e culturas, e na região dos Andes não é diferente.
Já vimos que os pesquisadores que seguem uma linha histórica alternativa chegam a avaliar algumas dessas construções em dezenas ou centenas de milhares de anos, ainda que a história não considere oficialmente essas datas.
E o que devemos pensar sobre nosso passado quando ele se apresenta registrado em rochas antiquíssimas, gravadas com imagens de uma época em que, segundo a história oficial, seria impossível existirem civilizações desenvolvidas no planeta?
Essas pedras, segundo os pesquisadores, podem ser encontradas em grande quantidade na maioria dos continentes, mas é nas Américas que elas ganham cores ainda mais nítidas; e, provavelmente, as gravações mais conhecidas estejam nas pedras de Ica, no Peru. Calcula-se que mais de 50 mil dessas pedras tenham sido encontradas desde os anos 1960, quando se tornaram conhecidas do mundo graças ao interesse do médico Javier Cabrera Darquea, que ganhou de presente um peso de papéis com a gravação de um animal.
No entanto, sabe-se que antes mesmo de Cabrera iniciar suas pesquisas – que resultaram na criação de um museu com cerca de 11 mil pedras – o arquiteto e arqueólogo amador Santiago Agurto Calvo já havia descoberto alguns exemplares ao fazer escavações em túmulos. Referências à existência das pedras também foram levantadas por historiadores peruanos, com muitas delas encontradas após uma enchente do Rio Ica. O escritor e pesquisador Charles Berlitz cita um relatório do Peru à Espanha, em 1562, onde há menção de algumas dessas rochas enviadas à corte espanhola.
Tais referências podem ser a maior prova de que as pedras não foram gravadas pelos modernos habitantes do Peru, como insinuam alguns cientistas, recusando-se a aceitar a realidade das imagens. E elas são fantásticas demais para serem aceitas sem ressalvas, pelo menos em uma primeira e superficial avaliação.

Nessa pedra de Ica, o que se diz ser a representação de uma operação cirúrgica (Foto: Brattarb/ Wikimedia).

Segundo Cabrera e outros que se dedicam ao estudo das gravações de Ica, se elas fossem consideradas autênticas, toda a história da humanidade teria de ser reescrita. Na verdade, tal postura se aplica a muitas outras descobertas, mas, no caso das pedras, como explicar a existência de uma cultura humana, há mais de de 40 mil anos, que conhecia técnicas cirúrgicas, astronomia e paleontologia? Por exemplo, na primeira pedra que Cabrera Darquea recebeu de presente, havia a figura de um pterossauro, um réptil já extinto e que viveu há cerca de 140 milhões de anos.
Outras pedras trazem imagens de animais pré-históricos extintos – alguns que jamais existiram no continente americano –, de transplantes de órgãos humanos e uma representação do nosso sistema solar. Mais estranho ainda, existem figuras de estranhos aparelhos e possíveis naves, desenhadas em uma sequência que Cabrera interpretou como a saída do homem da Terra rumo às estrelas, ou a saída dos seres que fizeram as gravações, dirigindo-se às Plêiades. Segundo ele, outra série de mapas parece indicar a localização da Atlântida.
De maneira geral e oficial, os cientistas recusam-se a aceitar as gravações como válidas, atribuindo-as à fraude pura e simples – mesmo depois de as pedras terem sido analisadas em laboratórios da Alemanha, que confirmaram sua idade em pelo menos 40 mil anos. Da mesma forma, as análises determinaram que as gravações não poderiam ter sido feitas em um período recente.

Uma das pedras de Marcahuasi (Foto: Arístides Herrera Cuntti/ Wikimedia).

O mistério das reproduções em pedra estende-se a Marcahuasi, um dos sítios arqueológicos mais famosos do Peru, a cerca de 4 mil metros de altitude. Ali existem rochas enormes que tanto podem ter sido gravadas por uma civilização desconhecida como podem ser formações naturais. As imagens mostram semelhança com leões e camelos, além de figuras humanas representando várias raças.
O local foi descoberto, ou redescoberto, por Daniel Ruzo, nos anos 1950. Ruzo atribuiu sua elaboração à cultura masma, que teria existido há centenas de milhares de anos e se espalhado por todo o mundo. Ainda que a suposição se enquadre perfeitamente na chamada história alternativa da Terra – que pressupõe a existência de inúmeras civilizações desenvolvidas no passado longínquo – as credenciais de Ruzo são nebulosas. Algumas fontes o citam como arqueólogo ou geólogo, outras como filósofo, poeta e fotógrafo.
As figuras também só podem ser percebidas em determinados ângulos, ou com uma incidência de luz específica, mas apesar de todas as dificuldades, cada vez mais investigadores dirigem seus olhares para Marcahuasi. Diz-se que acima das cabeças humanas existem formas geométricas, e que algumas das formações ou esculturas lembram os antigos deuses do Egito, com cabeças de pássaros e outros animais.
Alguns pesquisadores alternativos chegaram a sugerir que o grau de oxidação das rochas poderia indicar uma idade em torno de 25 mil anos, mas essa avaliação obviamente é rejeitada pela arqueologia oficial.

Os pesquisadores da linha alternativa também citam imagens de animais pré-históricos que foram encontradas na Venezuela em 1932. O responsável pela descoberta teria sido o antropólogo dr. Rafael Requena (1879-1946), que acreditou que as imagens eram resquícios da antiga civilização da Atlântida. Segundo ele, as estátuas encontradas teriam oito mil anos de idade e apresentavam representações em barro de animais extintos como o diplodoco, uma espécie de dinossauro do período Jurássico, e como o gliptodonte, já citado na matéria sobre Tiahuanaco. E, junto às estatuetas, foram encontrados restos petrificados dos próprios animais, além de outros animais e presas de tigres dente-de-sabre.

Capa do livro do dr. Requena, publicado em 1932.

O jornal The New York Times fez referência às descobertas em sua edição de 6 de novembro de 1932, informando que alguns objetos foram enviados ao dr. Wendell C. Bennett, curador do American Museum of Natural History, que entendia que os objetos forneciam evidências de três culturas antigas.
Essas pesquisas, realizadas na região do Lago Valencia, a alguns quilômetros do litoral e não muito distante da capital, Caracas, também podem ser citadas como exemplo de que a evolução das culturas primitivas pode ter ocorrido de forma diferente do que se costuma imaginar. Segundo alguns pesquisadores, o que o dr. Requena descobriu no local pode indicar a presença do homem de Neanderthal na América, uma vez que os ossos frontais dos crânios inclinam-se fortemente para trás a partir das cavidades das órbitas, quase sem testa. Também foram encontradas armas semelhantes às das tribos paleolíticas europeias, assim como objetos de barro simétricos, utensílios de uso doméstico e indícios de que os habitantes cultivavam o solo e usavam instrumentos musicais. E mais; em camadas mais antigas, o dr. Requena afirmou ter encontrada restos de esqueleto humano que pode estar relacionado a uma raça superior, com crânio possuindo volume maior e com formação dos ossos frontais.
O dr. Wendell C. Bennett também realizou escavações no local (e também em Tiahuanaco), mas aparentemente não segue as mesmas ideias do dr. Requena e não vê os objetos da mesma forma. Podemos estar diante de um caso de má interpretação do que foi encontrado ou uma situação semelhante a tantas que Michael Cremo cita em seu livro e que comentamos na matéria A História Mal Contada da Humanidade.

Veja também a matéria Os Sumérios Estiveram na América?


 

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