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FANTASMAS

OS FANTASMAS FOTOGRAFADOS

Autor Gilberto Schoereder
27/12/2022

Desde meados do século 19 inúmeros cientistas e pesquisadores autônomos tentaram registrar a presença dos fantasmas.


Um exemplo de reflexos de luz na lente, na forma de esferas (Foto: 0fjd125gk87/ Pixabay).

Seja por meio de máquinas fotográficas, seja por filmes ou vídeo, o surgimento de imagens dos fantasmas tem sido uma constante na história da investigação do mundo espiritual.
Nos últimos anos, tornou-se muito popular as fotos dos chamados orbes – círculos de luz que supostamente não podem ser atribuídos a reflexos nas lentes, ao reflexo da luz na poeira existente no local, ou a outros fenômenos, como a condensação da respiração de pessoas que estejam presentes na ocasião.
A internet tem sido uma fonte constante de imagens desse tipo, obtidas nos mais diferentes países. Por outro lado, também é constante a apresentação de fraudes, que se tornam mais comuns de acordo com a evolução das técnicas fotográficas e com a facilidade de tratamento de imagens por meio de computadores.
Às vezes, fotografias obtidas durante eventos familiares apresentam imagens que não foram percebidas no momento; podem ser pontos de luz, névoas encobrindo objetos que estavam no local ou, em ocasiões mais raras, imagens atribuídas a espíritos.
Para alguns pesquisadores do paranormal, essa proliferação de imagens na internet pode ter origem na divulgação do fenômeno, o que levou mais pessoas a prestarem atenção nesses detalhes. Mas também pode ter origem na proliferação das fraudes e interpretações errôneas de defeitos na imagem.
Nem tudo de “estranho” que aparece em uma fotografia pode ou deve ser identificado como um orbe. Seu formato é esférico (daí o nome; orb = globo, esfera) e pode perfeitamente ser um reflexo de luz na lente da câmera, o que acontece com alguma frequência. O surgimento de pontos de luz de cores variadas também pode ocorrer pelo tipo de luz existente no local fotografado. Antes das fotos digitais, era possível analisar o negativo da foto; agora, é preciso que especialistas analisem a imagem para saber se houve ou não manipulação.

(Imagem: Sandy Flowers/ Pixabay).

Diz-se que os orbes são mais comuns nas casas assombradas ou em cemitérios. O que eles têm em comum é que são invisíveis a olho nu, mas costumam aparecer nas fotografias. Alguns caçadores de fantasmas dizem que podem localizar os orbes por meio de aparelhos especiais de medição de temperatura ou de eletromagnetismo, e ainda utilizando câmeras para filmar no escuro.
Troy Taylor, presidente da American Ghost Society, diz que é fácil identificar os falsos orbes dos verdadeiros: os falsos são sempre da cor branca ou azul muito claro, transparentes, enquanto os verdadeiros têm uma aparência mais densa e não é possível ver através deles. Também é importante observar se o orbe está em movimento, o que seria um bom sinal de que a imagem é genuína.
Taylor acredita que muitas das fotos obtidas em cemitérios são facilmente explicáveis. O simples fato de as pessoas andarem pelo local à noite, tirando fotografias, faria com que se levantassem partículas de poeira que, quando fotografadas de muito perto e com o efeito do flash, poderiam surgir na imagem como orbes. Ele diz que isso não explica todas as imagens obtidas, mas que a maioria poderia ser descartada devido a acontecimentos desse tipo. Portanto, cuidado com as fotos obtidas próximas a estradas de terra.
A dificuldade em determinar a validade das fotos dos orbs levou muitos pesquisadores a desacreditar o fenômeno, mas ainda existem muitas dúvidas. Não são poucos os que compreendem que os objetos são formas de vida que assumem essa aparência de “bolas de luz”, geralmente se locomovendo em grupos. São vistos como as próprias almas, ou “forças de vida”, e alguns médiuns e psíquicos afirmam conseguir se comunicar com elas.
Seriam, então, os espíritos que se mantêm presos à terra, a locais específicos, sem conseguir se libertar ou mesmo perceber a situação em que se encontram. Difícil é explicar porque assumiriam essa forma de bolas de luz, e não manteriam a mesma forma que tinham em vida.

Alguns cientistas dizem que não há o quê explicar com relação a essas imagens. Trata-se de fenômenos naturais, como o fogo-fátuo – geralmente comum em pântanos ou mesmo cemitérios, estando associado à lenda do boitatá, no Brasil – ou as luzes produzidas pelos terremotos devido à fricção de determinados tipos de minerais. O detalhe é que essas luzes podem ser vistas a olho nu, o que não ocorre com os orbes e outras imagens que surgem em fotografias.
Para outros estudiosos, ainda é válida a teoria de que os seres humanos são capazes de “impressionar” energeticamente o local em que vivem, ou o local em que morrem, causando alterações físicas e energéticas. Isso teria mais validade especialmente quando a morte envolve grande dor física, sofrimento mental ou emocional.
Algumas pessoas que têm perseguido o tema dos orbs, nos EUA, entendem que essas almas, ou inteligências, assumem a forma esférica por demandar menos energia para ser formada, o contrário do que ocorre nos casos em que se formam corpos humanos, mais ou menos completos – mas não se tem muitas explicações mais detalhadas sobre como esse conceito foi desenvolvido.
O fato é que as pesquisas nesse sentido ainda são realizadas de forma um tanto tímida em todo o planeta. Por que em determinados momentos essa comunicação com o outro mundo é tão forte a ponto de imagens completas de desencarnados surgirem em fotografias, tão nítidas e perfeitas que são confundidas com os vivos? E por que, em outros casos, as imagens são tão desvanecidas que mal se pode perceber as silhuetas com forma humana?
A seguir, apresentamos algumas imagens fornecidas por pesquisadores do fenômeno, que seguem o procedimento de sempre apresentar as fotografias a especialistas para que seja feita uma análise criteriosa dos originais. Na maioria das vezes, no momento em que estão fotografando, as pessoas não percebem qualquer presença espiritual, que surge somente após a revelação dos negativos. No entanto, no histórico das investigações, foram registrados inúmeros casos em que os fantasmas foram percebidos, até por mais de uma pessoa, antes de sua imagem ser captada na película.
Ainda assim, é sempre bom ter em conta que mesmo imagens verificadas por especialistas não têm o aval da comunidade científica, e muitas vezes nem mesmo dos pesquisadores dos fenômenos psíquicos, uma vez que a quantidade de fraudes realizadas é muito grande.


A chamada “fotografia de Lorde Combermere” foi publicada em 1895, e até hoje é considerada um mistério. Ela foi obtida em 1891, por Sybell Corbett, irmã da esposa do Lorde Combermere, na biblioteca da Combermere Abbey, em Cheshire, Inglaterra. A ideia era fotografar a biblioteca da abadia, de modo que a película ficou exposta por cerca de uma hora. Durante esse período, diz-se que ninguém entrou no aposento; apesar disso, uma figura difusa surge na cadeira, sugerindo a imagem de um homem de idade.
Quando a fotografia foi revelada e mostrada a um parente de Lorde Combermere, ela disse que a imagem se parecia com ele, apesar de ser quase impossível distinguir qualquer detalhe. O que vale ressaltar é que, no momento em que a foto foi obtida, Lorde Combermere estava sendo enterrado a poucos quilômetros da casa. O investigador Sir William Barrett, da Society of Psychical Research, chegou a dizer que um empregado deveria ter entrado na biblioteca e sentado na cadeira, no período de uma hora em que a câmera estava com o obturador aberto, deixando uma “imagem fantasmagórica”. No entanto, posteriormente, Barrett reconsiderou sua posição, percebendo que a imagem não se parecia com a de qualquer dos empregados da casa, e que todos os empregados homens se encontravam no funeral no momento.

Foto obtida em 1959, por Mabel Chimney, em um cemitério inglês. Ela havia acabado de fotografar a tumba de sua mãe, e então tirou uma foto de seu marido, que estava esperando no carro. Ele estava sozinho no veículo, mas a imagem da mãe de Mabel surgiu no assento traseiro. Um especialista em fotografias examinou o original para um jornal inglês e declarou que a foto era autêntica.

 

 

 

Fotografia obtida em 1959 pelo reverendo R.S. Blance, em Corroboree Rock, região central da Austrália, próximo à cidade de Alice Springs. Uma figura humana surge em meio à vegetação, apesar do reverendo afirmar que não havia ninguém na área no momento. Diz-se que, segundo as lendas locais, aborígenes costumavam realizar rituais “terríveis” no passado, exatamente nesse lugar.

 

 

 

 

 

À direita, outra foto obtida por um religioso, o reverendo K.F. Lord. Em 1960, ele estava fotografando um trecho da Igreja Newby, na Inglaterra, e sem querer captou essa imagem de uma figura que parece flutuar sobre o altar. Segundo Lord, no momento em que fotografava ele não viu coisa alguma no local.

 

 

Fotografia fornecida por Dale Kaczmarek, da Ghost Research Society, obtida por Mari Huff durante uma investigação no cemitério Bachelor’s Grove, próximo a Chicago, que tem um histórico de aparições fantasmais. Foi utilizado um filme infravermelho, no qual surgiu a figura transparente de uma mulher sentada em uma lápide. No momento em que a foto foi tirada, as pessoas presentes não conseguiam percebê-la. Na verdade, trata-se de uma ampliação de uma vista panorâmica do cemitério. A foto chegou a ser considerada uma fraude, mas o original foi investigado por fotógrafos profissionais, que foram incapazes de perceber qualquer irregularidade.

 

 

 

 

 

 

Fotos obtidas em 1996, em uma investigação de um “cemitério assombrado”, em Illinois. A suposta energia espiritual que surge nas imagens não foi percebida pelas pessoas presentes no momento. Foi descartada a possibilidade de reflexos na câmera ou de vapores de respiração humana.

 

 

 

À direita, foto obtida por John Cachel, da American Ghost Society, em 1998, em um pequeno cemitério próximo a Des Plaines, Illinois. Segundo Cachel, não havia luzes nas proximidades e a lua não era visível.

 

 

A foto do chamado fantasma de Raynham Hall foi obtida em 1937, quando um fotógrafo da revista Country Life estava preparando seu equipamento, ao pé da escada. A figura, que segundo se diz é de uma mulher, desceu em sua direção, e ele aproveitou a oportunidade para registrar a aparição.
Segundo Rosemary Ellen Guiley, é uma das mais espetaculares fotos de fantasmas ou espíritos já registrada, e refere-se a uma assombração conhecida como a “senhora de marrom”, que se repete na mansão inglesa há 250 anos. Segundo se imagina, é o fantasma de Lady Dorothy Townshend, esposa do segundo e mais famoso marquês de Townshend.

 

 

 

 

 

À direita, fotos obtidas pela família Veilleux, em 1969. Eles contatavam com o espírito de Carol Farnham, que, primeiramente, surgiu nas imagens como um círculo luminoso; depois, formou-se um rosto translúcido.

 

 

Matéria e fotos publicadas na revista Espiritismo & Ciência (2002) com autorização de Troy Taylor, do site Ghosts of the Prairie.

 

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