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As Realidades Conscienciais

Autor Herminia Prado Godoy
Publicado porGilberto Schoereder
22/09/2013

Estamos constantemente em contato com fenômenos da espiritualidade que não percebemos. Viver essas “realidades espirituais” desperta nossa consciência de que somos espíritos preexistentes, reencarnados em um corpo físico.


AS REALIDADES CONSCIENCIAIS
 

"Estamos constantemente em contato com fenômenos da espiritualidade que não percebemos. Viver essas 'realidades espirituais' desperta nossa consciência de que somos espíritos preexistentes, reencarnados em um corpo físico".
(Van Auken, 1997).

Por Herminia Prado Godoy

Matéria publicada originalmente na revista Cons Ci., Volume 1, outubro de 2010, do Centro de Difusão de Estudos da Consciência.

"É difícil determinar-se – e de fato não importa – se são indicações de uma encarnação anterior da alma, ou simplesmente indicações de que a alma preexistiu, embora, talvez, não encarnada. As imagens são expressões verdadeiras do inconsciente, e apenas por isso possuem valor".
Van Auken (1997)

Quase todos vivenciamos, no cotidiano, fenômenos espirituais e não nos damos conta disso. Quem já não teve uma sensação de déjà vu (ter a sensação de conhecer o local sem nunca ter estado nele)? Percebeu-se sentindo as sensações físicas e emoções de seus familiares e amigos? Teve sonhos que lhe pareceram muito reais? Resolveram, durante o sonho, problemas que em estado de vigília não conseguiam solucionar? Temos estes exemplos e muito mais.
Pois bem, partimos do princípio de que entramos constantemente em contato com fenômenos da espiritualidade – que passaremos a denominar realidades espirituais –, dos quais não nos damos conta. Viver essas realidades tem o sentido de nos despertar a consciência de que “somos espíritos preexistentes, sobreviventes e reencarnados em um corpo físico” (Miranda, 2005a).
Conta a filosofia oriental que o ser humano, até a metade de sua existência, é poupado da influência de seu espírito, pois vigora a lei da sobrevivência; porém, quando chega na metade de sua existência, o seu espírito que estava “recolhido” começa reinar, pois é tempo de realizar a tarefa que lhe foi designada para esta existência.

(Foto: FreeImages.com/ Emil Liljeström).

Esse aparecer, ou como os esotéricos preferem chamar, “despertar”, pode ser de maneira suave ou não, dependendo do estágio evolutivo em que a pessoa se encontra. Caso já tenha realizado durante sua vida o desempenho de suas tarefas, é suave; caso não, pode ser até drástico.
Entendemos que a maior tarefa existencial que temos é a evolução, o aprimoramento de nosso espírito, é a materialização em nossas ações de nossas qualidades espirituais, é o seguir uma ética – a ética espiritual.
Entendemos que, gradativamente, recebemos o chamado de nosso espírito para as realidades espirituais. Caso não atentarmos para este fato, somos, por meio de uma crise, levados ao despertar e, quando não despertamos nem por crises, como perdas de entes queridos, doenças, perdas materiais, etc., acabamos desenvolvendo doenças físicas e psíquicas.
Muitos estão sendo chamados para as realidades espirituais das mais diversas maneiras: perdas financeiras, perdas de entes queridos, perda de empregos, exacerbação da sensibilidade, abertura consciencial, doenças, experiências de quase morte, etc. Esse processo de despertar do ser humano para sua realidade espiritual, realizado por sua hiperconsciência, é o que denominamos “crise existencial”. O sofrimento que essa crise traz é proporcional à resistência da pessoa em despertar. Por exemplo, em algumas pessoas, quando perdem o medo e sua personalidade se curva a ser conduzida pela sua consciência maior, desaparecem as dores, o cansaço, o equilíbrio, a saúde vai sendo recuperada e a paz vai sendo restituída.

É urgente a necessidade de entendermos o nosso passado como ponto de referência para que possamos mudar hoje, no presente, o rumo de nossa vida. A crise existencial serve para reconectar espírito e personalidade. A TCM vem nos pontuar que temos chance de mudar o curso de nossas vidas, que precisamos renascer em consciência, utilizando todo o nosso potencial cósmico. Trata-se de uma terapia feita pela vida e para a vida, na qual, de forma alguma, podemos nos qualificar como criadores, e sim como auxiliares de um grande projeto cósmico de realinhamento do homem à sua condição de ser cósmico encarnado.
Recebemos diariamente em nossos consultórios pessoas com problemas psicológicos dos mais variados, tais como depressão, ansiedade, estresse, afloramento da percepção extrassensorial, compulsão, cansaço crônico, desânimo, apatia, falta de interesse e vontade de viver. Muitas apresentam doenças físicas como câncer, pressão alta, obesidade, problemas cardíacos, etc. Outras apresentam fenômenos espirituais tais como paranormalidade e saída fora do corpo. É frequente constatarmos que essas pessoas apresentam grande sensibilidade e passam por processos obsessivos.
Grof (1995) qualifica as crises existenciais como emergências espirituais ou estados mentais incomuns e, se tratadas adequadamente, deixam de evoluir para um quadro de doença mental. O referido autor classifica tais emergências em: Crise Xamânica, Despertar do Kundalini, Episódios de Consciência Unitiva, Renovação Psicológica por meio de Retorno ao Centro, Abertura Psíquica, Experiências de vida passada, Comunicação com Espíritos, Experiências de proximidade com a morte, Experiências de contatos com objetos não identificados (OVNS) e Possessão (Obsessão).
Nas ocorrências de experiências de quase morte (EQM) podemos perceber com maior clareza o que ocorre na crise existencial.
A EQM (Moody, 1991) é um processo de saída involuntária, fora do corpo. Acontece com pessoas em estado terminal ou que entraram em coma, ou ainda pessoas que foram declaradas clinicamente mortas. Em geral, a pessoa passa por uma circunstância inesperada e extrema, como acidente automobilístico, afogamento, queda de raio, crise cardíaca, etc.
É comum as pessoas que passam pela EQM relatarem que se viram fora do corpo, que ouviram ruídos, zumbidos, que entraram em um túnel ou espaço escuro e, no final dele, viram uma luz, geralmente descrita como dourada ou branca. Afirmam que continuaram a ver e ouvir, e que escutaram os médicos dizerem que estavam mortas. Afirmam sentirem uma grande sensação de paz, que se encontraram com seres de luz que irradiam amor e compreensão absolutos ou parentes já falecidos, que não conseguiam descrever em palavras suas sensações (inefabilidade). Referem terem tido uma visão panorâmica da vida, vendo acontecimentos com detalhes e o ponto de vista das outras pessoas envolvidas; se aquelas atitudes foram adequadas e o que precisa ser mudado na vida. Sentiram uma sensação de entendimento de tudo, de saber como o universo funciona, de que tudo está interligado. Às vezes, a pessoa é avisada de que deve retornar (mesmo que não queira). Às vezes, é a própria pessoa que quer retornar; outras vezes, é dada a escolha de ir ou voltar, e quando ela opta por voltar lhe é esclarecido que terá de realizar um “trabalho voluntário”. Em geral isto está associado a compromissos não cumpridos. Percebem-se voltando ao corpo.

Existem contestações por parte de estudiosos, dizendo que seriam alucinações causadas pelos remédios ou a ocorrência de anoxia, cuja falta de oxigenação no cérebro causa alucinações momentâneas. Afirmam que não há meio de determinar que aquelas pessoas estavam realmente mortas, e que poucas vítimas de morte clínica são submetidas a EEG. Porém, algo extraordinário ocorre com essas pessoas que passam pela EQM:
- Perda do medo da morte;
- Importância do amor (no sentido do amor ao próximo, o amor universal);
- Mudança de vida, em um patamar de consciência mais elevado, com novos princípios morais e predisposição para viver de acordo com eles;
- Despertar do lado espiritual (independe de religião, aprendem a viver sua religiosidade);
- Importância da busca do conhecimento, principalmente o conhecimento interior, conhecimento espiritual;
- Aquisição e/ou maior abertura das faculdades de precognição, intuição e sensitividade;
- Sentimento de que têm tarefas a cumprir;
- Não têm mais dúvidas quanto à sobrevivência após a morte física;
- Definem a morte como a transição de um estado para outro, ou como uma entrada em um estado superior da consciência;
- Sabem que o desenvolvimento da consciência não para com a morte.
Os relatos de EQM corroboram as hipóteses da possibilidade da existência de vida depois da morte e saída fora do corpo.
Muitas pessoas começam, espontaneamente, durante o seu dia a dia ou pelos sonhos, a terem recordações de vidas passadas. De acordo com a literatura, na cultura oriental é comum crianças se referirem a outras vidas e, com o passar dos anos, essas memórias vão se apagando. Esse fenômeno pode ser entendido como uma crise existencial, já que muitas pessoas relatam que suas vidas mudaram após esses episódios e que, a partir dessas, lembranças, passaram a estudar sobre a vida espiritual e passaram a introduzir os estudos que fizeram em suas vidas.

                                                                      (Foto: Jeferson Rodrigues).

Vários pesquisadores estudaram casos de recordações espontâneas de vidas passadas, principalmente entre as crianças do Oriente, e pelo caráter científico de suas pesquisas destacamos os mais importantes e reconhecidos.

Banerjee, professor e diretor do Departamento de Parapsicologia da Universidade de Rajastan, Jaipur, Índia, foi um dos precursores de pesquisas científicas sobre casos que sugerem reencarnação (Banerjee, 1979). Investigou, durante 25 anos, 1.100 casos de memórias espontâneas em crianças em todo o mundo.
Em suas pesquisas iniciais, partiu da hipótese de ser possível o sujeito ter adquirido as informações de vida passada, frutos de situações veiculadas pelos meios de comunicação, ou a partir da percepção extrassensorial ou telepatia; uma vez que se certificou da não existência e motivo para fraude, passou a supor a existência no ser humano de uma memória diferente. O ser possuidor dessa memória diferente seria capaz de lembrar-se de acontecimentos pertencentes a outras vidas. Nomeou esse tipo de memória como Memória Extracerebral (MEC).
Baseado no fato científico de que ninguém é capaz de lembrar o que não aprendeu anteriormente, e na notificação de que os fatos estudados, contidos na memória de seus sujeitos, não foram adquiridos pelas vias normais, chegou à conclusão:
“Em vista de minha extensiva pesquisa científica durante vinte e cinco anos, e depois de ter analisado exaustivamente todas as hipóteses parapsicológicas para explicar os casos estudados, posso dizer que a hipótese reencarnacionista é a mais plausível e a reencarnação é um fato da natureza, e não uma ficção”. (Maluf; p. 178).

Stevenson, Livre-docente de Psiquiatria, Chefe do Departamento de Neuropsiquiatria, Professor do curso de pós-graduação em psiquiatria, Diretor de Laboratório de Parapsicologia da Universidade Virgínia, nos EUA, pode ser considerado a maior autoridade universitária internacional sobre a investigação de casos que sugerem recordações de vidas passadas. Viajou desde 1961 por diversos países do Oriente e do Ocidente (inclusive Brasil) à procura de material para as investigações. Stevenson (1970) estudou e analisou cerca de dois mil e quinhentos casos possíveis de reencarnação, colecionados até hoje em todo o mundo.

Andrade, Engenheiro Civil, pesquisador de fenômenos paranormais e fundador do Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísica (IBPP), é conhecido internacionalmente pelas suas investigações nas áreas de: fenômenos paranormais espontâneos, estudos de casos sugestivos de reencarnação, fenômeno de transcomunicação instrumental e também pela formulação de um “modelo do espírito”.
Em 1967, iniciou seus primeiros contatos com Ian Stevenson em função do conhecimento do livro Twenty Cases Suggestive of Reincarnation. Em 1969, numa das cartas trocadas entre eles, a equipe do IBPP foi consultada sobre a possibilidade de investigarem um caso de reencarnação ocorrido em São Paulo. Esse caso tinha sido publicado em 03/09/1968 na revista alemã Die Andere Welt. Foi feito levantamento dos dados, seguindo o rigor da pesquisa científica e, remetidas todas as informações a Stevenson.
Segundo Andrade (1989, p.46) a hipótese da reencarnação é uma das únicas que explica as birthmarks, ou seja:
“(...) marcas de nascença relacionadas com ferimentos sofridos na vida anterior. O Dr. Stevenson e o Professor Hemendra Nath Banerjee assinalaram inúmeros casos de crianças que se recordavam de uma encarnação anterior na qual sofreram ferimentos mortais... ao nascer, traziam marcas ou cicatrizes no corpo, nos lugares correspondentes àqueles em que receberam os ferimentos que lhes causaram a morte anterior...”
Nas pesquisas realizadas sobre o fenômeno de recordações de vidas passadas, os autores chegaram à conclusão de que a hipótese que melhor explica os fenômenos encontrados é a reencarnacionista.
O que pretendemos é relacionar algumas das realidades espirituais mais comuns para que a pessoa desperte em boas condições de saúde espiritual, mental e física.
 

INTUIÇÃO E INSPIRAÇÃO
(Observação: Para uma melhor compreensão do tema vamos tratar os dois conceitos, intuição e inspiração, separadamente).

Além da filosofia, a questão da intuição tem sido e é estudada e pesquisada pela psicologia e outras ciências.
A intuição é recebida por nossa sensopercepção, porém para uma melhor compreensão abordaremos os dois temas separadamente.
Para Assagioli (1992), a intuição existe como função psicológica independente e específica, um órgão psíquico ou meio de apreender a realidade dentro de sua totalidade. É uma função reprimida por um mecanismo semelhante ao da repressão de impulsos inconscientes. Essa repressão é produzida pelo não reconhecimento, desvalorização, negligência e falta de sua conexão com outras funções psicológicas. A intuição é entendida na psicossíntese, assim como por Jung, como uma função que pode estar ativa em diferentes níveis (pessoal e espiritual).
Godoy (1995) define intuição como sendo uma “impressão que é passada à pessoa pelo seu espírito”. É a somatória das experiências vividas pelo indivíduo em suas trajetórias evolutivas.
A inspiração, segundo Godoy (1995), tem o sentido diverso da intuição. São “impressões que nos são passadas por nossa hierarquia espiritual”.
A TCM parte do princípio de que a maioria das pessoas possui um certo grau de percepção ou intuição das energias que existem em seu ambiente e campo energético, e que podem, pelo treino, aprender a identificá-las conscientemente e desenvolver formas de tratar os seus próprios desequilíbrios, dos outros e dos ambientes que as rodeiam. É o que, na TCM, chamamos de “leitura energética”. Com a ampliação de nossa percepção podemos ter acesso, conscientemente, às realidades multidimensionais que nos rodeiam.
A intuição pode ser usada pelo terapeuta num set terapêutico, já que muitos terapeutas têm intuições que guardam para si. Isto não é necessário pois, com critérios, podem passá-las aos seus clientes. A intuição do terapeuta pode ser utilizada como uma potente forma de indução e, bem usada, serve como um acelerador potente do processo terapêutico. O terapeuta, com base em toda sua formação, respeitando o cliente, pode usar da intuição em todo o processo psicoterápico.
Terapeutas bem treinados, espiritualizados, trabalhados em si próprios, criteriosos, comprometidos, éticos e respeitosos podem se valer de suas intuições no set terapêutico. A potência do terapeuta também implica na sua capacidade de intuir.

PERCEPÇÃO SENSORIAL
Nos dias atuais, tem-se verificado que muitos fenômenos ditos paranormais na realidade não são nada mais do que fruto da leitura de nossa sensopercepção. É o que chamamos de leitura energética.
A sensopercepção se dá através dos sentidos, sendo estes o olfato, o tato, a audição, a visão e gustação, estando todos condicionados aos respectivos órgãos do sentido, devendo estar em perfeito funcionamento.
O ser humano registra suas experiências e vivências através dos canais perceptivos, sendo chamados de canais representacionais por representarem nossas vivências.
Cada experiência tem sua informação montada conforme se foque a atenção nos canais perceptivos utilizados, ou seja, cada vivência tem uma parte visual, outra auditiva, cinestésica (tato), gustativa, olfativa. O olfato e o canal gustativo são menos usados, a não ser que se tenha uma experiência que os envolva como foco, por exemplo, preparar uma refeição.
Os órgãos do sentido são a pele, os olhos, os ouvidos, a língua e o nariz. Através desses órgãos temos a sensopercepção, com a qual entramos em contato com o mundo, o registramos e montamos, de forma primária, nosso sistema de referências, que serve como guia em nossas vidas.
O mapa do ser humano é constituído por três sistemas sensoriais:
1. Sistema visual: externo (ver a sala) e interno (verificações de alguém que gosta e não está aqui);
2. Sistema auditivo: externo (barulho carro, vozes) e interno (voz que gosta, música);
3. Sistema cinestésico: tudo que você precisa sentir para entender sensações de frio, calor, agradável, gosto, amor, carinho.
Os três sistemas estão incluídos em qualquer experiência, são ativados simultaneamente, e uma vez dentro do cérebro eles se separam. A tendência é se separar um mais que o outro, e por isso é comum que se utilize mais um canal perceptivo do que outro, tanto na percepção como no registro e representação das experiências vividas, e é também comum que se use este canal preferido para descrever as experiências.
O cérebro pode ser comparado a um aparelho de TV que recebe todos os canais, mas só transmite um; da mesma forma, e dependendo do tipo de atividade que estamos desenvolvendo, estaremos mais ligados a um ou outro canal. Podemos, pelo treinamento, desenvolver os três canais perceptivos; com isso ampliamos a nossa percepção.

PERCEPÇÃO EXTRASSENSORIAL
A percepção extrassensorial (PES) pode ser considerada como um estado alterado de consciência ou um estado de transe, como se preferir. Segundo a Programação Neurolinguística (PNL), pode-se levar uma pessoa a um estado alterado de consciência mudando o canal representacional da mesma de forma gradativa e suave, partindo-se do canal por ela mais utilizado.
Assim sendo, pode-se concluir que a pessoa que queira desenvolver a PES deve abandonar seu sistema representacional mais usual, deixando fluir a sua percepção de forma diferente, não direcionada e espontaneamente.
Pode-se, por meio de treino dos canais representacionais, ampliar nossa vivência e visão de cada fato. O uso de outro canal perceptivo não usual pode levar a um estado alterado de consciência. Por exemplo: quando a pessoa é muito visual e se consegue fazê-la usar o canal cinestésico, ela entrará em um estado de transe e/ou hipnótico.
Fazem parte da percepção extrassensorial os ditos fenômenos espirituais tais como: metapsíquicos e/ou parapsicológicos e os mediúnicos.

OBSESSÕES E PSEUDO-OBSESSÕES
Encontramos no dicionário a seguinte definição de obsessão (Ferreira, 1988): “perseguição, vexação, preocupação com determinada ideia que domina doentiamente o espírito, e resultante ou não de sentimentos recalcados; ideia fixa, mania”.
No dicionário Michaelis encontramos:
“1. Ato ou efeito de importunar ou vexar; 2. Impertinência excessiva; 3. Preocupação constante; ideia fixa; 4. Med. Perturbação causada por uma ideia fixa que leva o doente à execução de determinado ato; 5. Teol. Perseguição diabólica, sugestão atribuída à influência do demôni”.
Kardec (1992, p. 277) define obsessão da seguinte maneira:
“(...) a obsessão, quer dizer, o império que alguns Espíritos sabem tomar sobre certas pessoas. Ela não ocorre senão pelos Espíritos inferiores que procuram dominar; os bons Espíritos não impõem nenhum constrangimento; eles aconselham, combatem a influência dos maus, e se não os escutam, se retiram (...). A obsessão apresenta caracteres diversos que é necessário distinguir, e que resultam do grau de constrangimento e da natureza dos efeitos que produz. A palavra obsessão é de alguma sorte um termo genérico pelo qual se designa esse gênero de fenômeno, cujas principais variedades são: obsessão simples, a fascinação e a subjugação”.
Para a TCM, a obsessão é a interferência de personalidades intrusas, ou seja, que não pertencem à história da personalidade. As personalidades intrusas podem ser seres desencarnados, encarnados ou seres dimensionais (seres que pertencem a outros mundos).
O processo obsessivo é também chamado na literatura de vampirismo, que está ligado à ideia de que o ser que vampiriza suga as energias da pessoa. Pellegrini (1996) se refere a “vampiros energéticos” que roubam a nossa energia vital no dia a dia. Diz que o vampirismo existe “porque as pessoas não conseguem absorver as energias das fontes naturais (cósmicas, telúricas, etc.), tão abundantes, e ficam desequilibradas energeticamente”. Salienta que todos nós, num momento ou outro de nossas vidas, quando nos encontramos em um estado de desequilíbrio, acabamos nos tornando vampiros de energia alheia.
 

REFERÊNCIAS:
ANDRADE, Hernani Guimarães. Reencarnação no Brasil: oito casos que sugerem renascimento. SP: O Clarim, 1989.
ASSAGIOLI, Roberto. Psicossíntese: manual de princípios e técnicas. SP: Cultrix, 1992.
BANERJEE, Hemendra Nath. Vida Pretérita e Futura. Ed. Nórtica, 1979.
GODOY, Herminia Prado. Apostila do Curso de Extensão em TR do CD-HPG S/C Ltda. Reconhecida na Biblioteca Nacional sob o número: 220281; LIVRO: 385; FOLHA: 441 e No: 220279; Livro: 385; Folha: 439 em 1995.
GROF, Stanislav. Emergência espiritual: crise e transformação espiritual. São Paulo: Cultrix, 1995.
KARDEK, Allan. O livro dos médiuns. 25ª edição. Araras, S.Paulo: IDE, 1992.
MALUF, Michel. in PINCHERLE, Lívio Túlio e outros. Terapia de Vida Passada: uma abordagem profunda do Inconsciente. São Paulo: Summus, 1990.
MIRANDA, Hermínio Correia. Cartas, 2005a.
MOODY Jr., Raymond. Reflexões sobre vida depois da vida. Rio de Janeiro: Nórdica, 1991.
PELLEGINI, Luis. O Decálogo dos vampiros. Revista Planeta – 44, junho, 1996.
STEVENSON, Ian. Vinte Casos Sugestivos de Reencarnação. São Paulo: Difusora Cultural, 1970.

 

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